domingo, 29 de abril de 2012

Q&A Stopmotion Portugal - Rita Crespo Sampaio

No seguimento da estreia do "THE PIRATES! BAND OF MISFITS" é com prazer que vos apresento Rita Sampaio, construtora e assistente de animação neste projecto tão esperado. Após ter iniciado o trabalho nesta área em 2001 especializou-se em Stop Motion, ao concluir o extinto curso de Stop Motion da University of the West of England em Bristol, inicia assim em 2010 mais uma aventura além fronteiras trabalhando até actualmente para os estúdios da Aardman em Inglaterra.



Podem consultar o seu site aqui.


Nome/Name: Rita Crespo Sampaio

Idade/Age: 34






SMP - Quando foi o teu primeiro contacto “consciente” com Stop Motion?
RCS - Em miúda sempre olhei para animações como “ChapiChapo" e "No país dos rodinhas" muito desconfiada, do género há aqui qualquer coisa que eles nos estão a esconder. A luz e a forma como esta reflectia nos materiais dava-me a indicação de que os objectos existiam no mundo real mas o seu comportamento desmentia esse sentimento. Certos efeitos deixaram uma impressão bastante duradoura, como a maneira como a bruxa do pais dos rodinhas desaparecia como se afundando-se no chão (basicamente animação por substituição) ou a maneira como no Postman Pat eles serviam chá (animação de película aderente).



SMP - Quando é que chegaste à conclusão, “Eu tenho que experimentar isto!”?
RCS - Sinceramente não sei dizer. Sei que o interesse por animação sempre esteve presente e o facto de eu ter sempre privilegiado um meio de expressão mais ligado à terceira dimensão (como cenografia) foram factores decisivos quando escolhi investigar a área mais a fundo.



SMP - Influências e inspiração?
RCS - Ray Harryhausen e todos os magníficos monstros que criou, especialmente porque cresci a vê-los e porque a magia nunca acabou mesmo depois da técnica me ter sido desvendada.



SMP - Qual foi o teu primeiro trabalho na área?
RCS - “As Coisas lá de Casa” do realizador José Miguel Ribeiro a nível profissional. A nível pessoal foi o filme “Sopa Fria”, obra colectiva final do Curso de Especialização em Stop Motion no antigo CITEN (Fundação Calouste Gulbenkian), guiado pela mão de mestre da Souad Wedell.



SMP - De todos os trabalhos em que participaste, qual o teu preferido?
RCS - Hmm...Qalquer coisa a ver com piratas...



SMP - Se pudesses escolher qualquer pessoa, com quem gostarias de trabalhar num projecto de Stop Motion?
RCS - Bom, existem muitos profissionais com quem gostava de trabalhar, mas assim sonho mesmo sonho acho que vou mais pelos afectos. Adorava montar um estúdio para trabalhar com a minha equipa sonho e esta é constituída pelas pessoas com quem construí um relacionamento de mutuo respeito a nível profissional e cujos laços se estenderam muito para alem deste mundo.



SMP - O que te dá mais pica animar/construir? Plasticina, marionetas, recortes ou o que estiver mais à mão?
RCS - A nível de construção o que mais prazer me dá é construir adereços e esculpir plasticina. A nível de animação: marionetas; areia e outros materiais sobre vidro.



SMP - Recorde pessoal de horas consecutivas num projecto sem dormir?
RCS - Hmmm... A nível de projectos pessoais, qualquer coisa como 20 horas e estas foram aquando da edição do meu filme de curso para o Masters. Para trabalho... Provavelmente 30 e qualquer coisa, na altura em que trabalhei para publicidade na produtora Tungsténe.



SMP - Em que projectos estás a trabalhar ou planear actualmente?
RCS - Neste momento estou mais ou menos em transição, acabei os Extras para DVD dos Piratas! e comecei uma publicidade para uma campanha institucional destinada a fomentar um estilo de vida saudável chamada ‘Change for Life’. Ambos os trabalhos como assistente de animação na produtora Aardman.



SMP - Escolhe 3 videos que queiras partilhar com o pessoal.
RCS - Este primeiro vídeo é de uma animação responsável pela minha fixação por ambientes pós- apocalípticos... "Conan o Rapaz do Futuro" foi também responsável por toda uma geração com medo do mar originando uma interminável procura por sinais de um tsunami em cada ida à praia.

Este segundo vídeo é de uma série de animação fantástica "Les Mysterieuses Cites D’Or" que me inculcou o interesse por máquinas e mecanismos. Tenho de confessar que ainda fico com pele de galinha quando ouço o genérico. Eu sei, é triste.

Pronto, ok, confesso que este genérico também faz o mesmo efeito. "Era uma vez...O Espaço" teve por efeito despertar o meu apetite por ficção científica.

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