quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Danny Boy

Danny Boy
Por/By: Marek Skrobecki
2010

Uma improvável estória de amor coloca-nos num mundo único onde o nosso herói apaixonado decide seguir um caminho difícil. 

A unlikely love story that takes us to a unique world where our passionate hero decides to take a difficult path.



 

1 comentário:

  1. Penso que este curta pode estar fazendo uma crítica ao nosso mundo contemporâneo (pós moderno, seja lá como cada um prefere dizer). A cidade em que o curta acontece nos lembram aquelas cidades do século XVIII ou XiX, assim também como as roupas de época. Mas é enigmática as duas grande torres no meio da cidade. O curioso é o fato de encontrarmos uma sociedade toda, formada por pessoa sem cabeça, e que aparentemente é a coisa mais normal do mundo. É intuitivo para quem assiste o curta, que aqueles personagens estão incompletos, algo falta. O único que está inteiro é um jovem, penso que este pode representar o ser humano em seu totalidade, na harmonia de todas as suas dimensões (sua razão, sentimentos, criatividade, transcendência, técnica, e assim por diante...). A guilhotina que aparece no final é uma peça chave para entendermos o curta. A guilhotina entra em ação pela primeira vez no século XVIII, justamente no contexto da Revolução Francesa. Aqui abrimos a possibilidade de refletirmos sobre o significado da Revolução Francesa e os seus impactos (positivos e negativos) que são sentidos até hoje. Além, é claro dos ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, uma das grande inspirações da Revolução é a exaltação da Razão (podemos associar a razão com o nosso cérebro, ou cabeça), por forte influência do Iluminismo. Podemos lembrar a profanação da Catedral de Paris com a introdução da "Deusa da Razão". Mas em até que ponto a exaltação da razão foi capaz de trazer concretamente mais felicidade ao ser humano? Não teria o exagerado enfoque na Razão fragmentado o homem (deixado ele sem cabeça)? Vamos pensar no século passado... deveria ser um século de ouro, pois o ser humano estava no auge do seu conhecimento e domínio sobre a natureza!Mas essas expectativas foram frustradas quando começamos a perceber que aquele foi um dos séculos mais sangrentos da história humana (se não o mais). Talvez, e aqui uns podem concordar e outros discordar, o projeto da modernidade (que começou já com o Iluminismo) tenha fragmentado o Homem. Talvez ainda hoje estejamos profundamente fragmentados enquanto seres humanos. Estamos em uma mudança de época e em uma época de mudanças. Não continua o homem fragmentado ainda hoje? O atentado de 11 de setembro aconteceu no ano de 2001, no início do século XXI. O curta sugere claramente que o "acidente com o avião foi causado por um piloto que não tinha cabeça). Será que vamos viver o nosso século se esbarrando nas ruas de nossa existência? Hoje o que nos fragmenta? Como podemos, pois, sermos inteiros? Talvez o próprio vídeo traga alguma dica. Ainda que fragmentado, o homem ainda é capaz de amar. O nosso personagem principal, apaixonado precisou perder também a sua cabeça, pois a sua amada teve medo dele (teria algum dia ela tocado em alguém que pudesse ter uma cabeça?). Acho que aqui está um grande questionamento para nós. Estamos com ou sem cabeça? Alguém com coração mas sem cabeça não suporta aquele que tem o coração mas também a cabeça. Hoje, será que não estamos correndo também o perigo de perdermos não apenas a cabeça, mas também o coração? Enfim, é um ótimo vídeo para nos fazer pensar um pouco sobre nós mesmo e sobre o mundo que está a nossa volta.

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